"A Cambada"
"Álvaro Cunhal, esse grandecíssimo malandro (que é) que não deixa de ser uma das principais figuras (tenebrosas) deste país. Um homem condecorado pelo "sol"da URSS, um homem conhecido em todo o mundo [...]
"Ora vamos lá, meu querido amigo. Não estranhem que eu chame "querido amigo" a Álvaro Cunhal, porque sei o que estou a fazer. E ele também sabe. Então tu, Álvaro (tratamo-nos por tu como fazem os "amigos" do PC) censuras a RTP por me ter deixado ir ao Telejornal falar do reaparecimento de O DIABO? Então tu, Álvaro Cunhal, esqueces que sempre que sai um jornal de certa importância (não a podes negar a este, visto que a ele fizeste referência) - ou reaparece - os directores vão à televisão?
"Claro que devem ter saltado por cima das tuas ordens para me ignorarem. Porque sei que as deste. Tive a prova disso quando mandaste pôr as bombas no PAÍS e lá foi a televisão (depois de eu muito insistir, claro). Foi e silenciou-me. E eu tinha muito para dizer. Mas o redactor que fez a reportagem (qual reportagem?) não me quis ouvir e prometeu-me que no dia seguinte lá iria alguém para me entrevistar. A bombita de Lopes Cardoso teve primeiras páginas e reportagens na televisão. As minhas nem sequer uma entrevista no Telejornal!
"E a bomba no SOL que eu dirigia? Sim, Álvaro Cunhal, agora vieste à liça, vou falar-te nela. Nessa bomba. ÉS UM ASSASSINO. Toda a gente sabe dos MASSACRES por ti ordenados (como responsável pelo PCP), mas nem toda a gente sabe que mandaste pôr uma bomba para me matar no SOL. Não morri, mas fiquei doente do coração.Mas não tão doente que não possa ainda falar. O medo que inspiras a certa pobre gente (ainda, apesar dos sete e meio, apesar da decadência do teu partido, apesar de já todos saberem o que ele representa) ainda funciona. [...]"
Acabámos de ler excertos do livro A CAMBADA, escritos por VERA LAGOA em 1978, a fundadora do jornal O DIABO que sai às terças-feiras e que já foi algumas vezes citado neste blog.
Para além de dar a perspectiva real e verdadeira do que foi a revolta militar do 25 de Abril (qual revolução popular, qual quê!), mostra o que foi no pós-revolta, a invasão de casas particulares pelo COPCON do animal Otelo (ao pé do qual a PIDE-DGS era uma amadora), as perseguições aos "reaccionários" que se opunham ao PC, os conluios da esquerda para diabolizar o que quer que se lhe opusesse, enfim, tudo aquilo que criou o sistema no qual vivemos hoje, passivamente, no dia-a-dia, enquanto eles - Odete Santos, Otelo Saraiva de Carvalho, Jerónimo de Sousa, Mário Soares, Manuel Alegre... toda essa cambada sórdida pela qual eu nutro um profundo NOJO, se riem na nossa cara; e já aburguesados, vão vivendo requintadamente e, cuspilhando em nome do povo que dizem representar e defender os interesses, vão enxovalhando Portugal.
NOJO sim,
"Ora vamos lá, meu querido amigo. Não estranhem que eu chame "querido amigo" a Álvaro Cunhal, porque sei o que estou a fazer. E ele também sabe. Então tu, Álvaro (tratamo-nos por tu como fazem os "amigos" do PC) censuras a RTP por me ter deixado ir ao Telejornal falar do reaparecimento de O DIABO? Então tu, Álvaro Cunhal, esqueces que sempre que sai um jornal de certa importância (não a podes negar a este, visto que a ele fizeste referência) - ou reaparece - os directores vão à televisão?
"Claro que devem ter saltado por cima das tuas ordens para me ignorarem. Porque sei que as deste. Tive a prova disso quando mandaste pôr as bombas no PAÍS e lá foi a televisão (depois de eu muito insistir, claro). Foi e silenciou-me. E eu tinha muito para dizer. Mas o redactor que fez a reportagem (qual reportagem?) não me quis ouvir e prometeu-me que no dia seguinte lá iria alguém para me entrevistar. A bombita de Lopes Cardoso teve primeiras páginas e reportagens na televisão. As minhas nem sequer uma entrevista no Telejornal!
"E a bomba no SOL que eu dirigia? Sim, Álvaro Cunhal, agora vieste à liça, vou falar-te nela. Nessa bomba. ÉS UM ASSASSINO. Toda a gente sabe dos MASSACRES por ti ordenados (como responsável pelo PCP), mas nem toda a gente sabe que mandaste pôr uma bomba para me matar no SOL. Não morri, mas fiquei doente do coração.Mas não tão doente que não possa ainda falar. O medo que inspiras a certa pobre gente (ainda, apesar dos sete e meio, apesar da decadência do teu partido, apesar de já todos saberem o que ele representa) ainda funciona. [...]"
Acabámos de ler excertos do livro A CAMBADA, escritos por VERA LAGOA em 1978, a fundadora do jornal O DIABO que sai às terças-feiras e que já foi algumas vezes citado neste blog.
Para além de dar a perspectiva real e verdadeira do que foi a revolta militar do 25 de Abril (qual revolução popular, qual quê!), mostra o que foi no pós-revolta, a invasão de casas particulares pelo COPCON do animal Otelo (ao pé do qual a PIDE-DGS era uma amadora), as perseguições aos "reaccionários" que se opunham ao PC, os conluios da esquerda para diabolizar o que quer que se lhe opusesse, enfim, tudo aquilo que criou o sistema no qual vivemos hoje, passivamente, no dia-a-dia, enquanto eles - Odete Santos, Otelo Saraiva de Carvalho, Jerónimo de Sousa, Mário Soares, Manuel Alegre... toda essa cambada sórdida pela qual eu nutro um profundo NOJO, se riem na nossa cara; e já aburguesados, vão vivendo requintadamente e, cuspilhando em nome do povo que dizem representar e defender os interesses, vão enxovalhando Portugal.
NOJO sim,
mas também VERGONHA.
Menestrel
Menestrel