Reflexões sobre a liberdade
Não é meu intento fazer aqui e agora um estudo sobre a liberdade, de modo a adormecer em menos de nada, quem leia este blogue.
Em primeiro lugar, porque prefiro discorrer sobre conceitos que valem por si, ou seja, axiomas, algo que a liberdade não é. Em segundo, correria o risco de o fazer de uma forma demasiado rude e incompleta.
Reflictamos, pois, não teorizemos.
Então, o que é a liberdade? Constitui a faculdade de fazer o que não é proibido na lei; neste âmbito o fazer ou deixar de fazer alguma coisa.
"GRANDE ESCÂNDALO, esta definição" - pensam os abrilistas funestos, os anarquistas sedentos da defesa idiotice, os socialistas libertários e por aí fora. "Temos o DIREITO de fazer o que queremos! E se a lei estiver errada? E se..? E se...? E se...?"
Portugueses: este é o tipo de discurso que vos seduz a alma. O libertacionismo,o libertarismo da moral e da civilização tradicional, da comunidade como o foi no passado, com cada membro tendo a sua função e a sua posição social. A Lei Natural (divina) (não a lei feita na pocilga, perdão, Assembleia da República (a lei positiva)) é um desígnio superior, algo que tem de convergir com a lei humana. É por isto que temos de nos assumir contra a laicização do Estado.
Alexandre Herculano escrevia que se "o Estado não se confessa, não ouve missa, não pratica religião" é um disparate falar em religião do Estado. Mas Herculano, coitado, também não sabia avaliar a importância de certos factos e, por isso, destruiu algumas das fundeações nacionais (e mais valia que tivesse estado sossegado em Santarém). Ele sim foi disparatado. Não é o Estado que tem religião, nem tem de ter, realmente. A questão é que os estados, ou seja, o que era na Monarquia Tradicional os três estratos sociais (evocação perfeita e etérea à Santíssima Trindade) têm de pugnar na religião. Por conseguinte, na Nação religiosa, há uma extensão natural ao Estado. Logo tem de haver religião no Estado: em Portugal, e com privilégio, a Santa Igreja Católica e Apostólica Romana.
Para além disto, já Hobbes afirma no seu Leviathan que muitas das guerras decorrem do facto do Homem cair para o conflito, pois a sua predisposição de natureza para a guerra -homo homini lupus- a isso induz, mas sobretudo, porque tendo uma Lei Natural e uma Lei Positiva díspares, o Homem sem guia para interpretar, ao sentir-se perdido, resolve pela força.
A liberdade é, por conseguinte, um desvalor que é preciso controlar a todo o custo. "A Santa Sé determina o princípio do livre-arbítrio" - eu sei, muito obrigado. Mas é certo que temos Sacerdotes que nos dizem: "Vai por ali". Verdade, não é? Logo, há liberdade mas também há autoridade para aconselhar bem. É isto que existe na Monarquia tradicional- um Rei que é Pai da Pátria e que cuida do seu povo.
Menestrel
(P.S.: Brevemente, escreverei ainda mais alguma coisa sobre as origens da liberdade como desvalor.)